Olavo de Carvalho – Ciência moderna e o conhecimento antigo perdido

Olavo de Carvalho fala sobre a ciência moderna e o conhecimento antigo perdido, pondo em cheque a ideia de que a cultura moderna é necessariamente superior, chamando a atenção para a necessidade de reavaliar a forma como entendemos a sabedoria de outrora. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste trecho de uma de suas aulas do Curso Online de Filosofia, o professor Olavo de Carvalho (1947-2022) fala sobre a ciência moderna e o conhecimento antigo perdido, pondo em cheque a ideia de que a cultura moderna é necessariamente superior a todas as outras.

O filósofo brasileiro usa alguns exemplos como o conhecimento do Antigo Egito, muitos dos quais ainda são inexplicáveis hoje em dia, e mostra também que a alegação de superioridade que a ciência moderna é algo que desmente a si mesma, é autocontraditória.

Olavo começa seu discurso com uma crítica contundente à ideia central da modernidade: a liberdade da consciência individual, celebrada como um valor universal nas democracias modernas. A cultura atual se autoafirma como superior a todas as anteriores, muitas vezes ignorando os profundos conhecimentos que foram perdidos ao longo do tempo.

A ideia de que a cultura moderna não só supera as anteriores, mas já antecipa os valores da mais alta cultura futura, é um contrassenso“, afirma Olavo. Ele ressalta que, com o surgimento da ciência moderna, especialmente no século 15 e 16, pioneiros como John Dee e Isaac Newton não buscavam apenas avançar, mas sim recuperar um saber ancestral, uma “ciência angélica” que, segundo eles, havia sido revelada a nossos antepassados.

Olavo destaca que a proposta de uma ciência perfeita, capaz de explicar tudo no cosmos, é um mito que nunca foi alcançado. No entanto, a cultura moderna, por se considerar superior, ignora as evidências de que a ciência antiga, como a dos egípcios, possui conhecimentos que ultrapassam até mesmo nossa compreensão atual.

Como é possível que a ciência que não existe, que não consegue entender ou replicar os feitos da antiguidade, seja considerada superior àquela que realmente existiu?“, questiona Olavo, sublinhando a contradição intrínseca da modernidade.

O filósofo brasileiro avança em sua crítica ao associar a ciência moderna a uma forma de opressão. “Se a ciência é o ápice do conhecimento humano, qualquer crítica a ela é marginalizada, e aqueles que se opõem são considerados loucos. A liberdade de pensamento é cerceada pela mesma cultura que se autoproclama defensora da liberdade“, ressalta.

Por fim, Olavo denuncia a presunção da classe acadêmica moderna, que se apresenta como a voz da verdade, mas que, segundo ele, não tem a capacidade de explicar ou mesmo compreender os incríveis feitos dos antigos. A desmoralização do conhecimento, ao confundir opiniões com saber acadêmico, é um retrato do nosso tempo.

Se a superioridade é tão evidente, por que não conseguem explicar os templos antigos, construídos com técnicas que mal compreendemos? Essa arrogância é uma expressão do senso de inferioridade que permeia a cultura moderna“, conclui Olavo, chamando a atenção para a necessidade de reavaliar a forma como entendemos o conhecimento e a sabedoria de outrora.


P.S.: o trecho foi retirado pelo canal Daniel Mota da aula de número 542 do COF, ministrada originalmente a 14 de novembro de 2020.

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