Olavo de Carvalho – O que é o verdadeiro conhecimento do bem e do mal?

Olavo de Carvalho disserta sobre o que seria o verdadeiro conhecimento do bem e do mal e explora como o entendimento humano sobre ética, moralidade e educação está relacionado à própria condição humana. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste trecho da aula de número 58 de seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho (1947-2022) disserta sobre o que seria o verdadeiro conhecimento do bem e do mal.

Partindo da passagem do Gênesis sobre a proibição divina imposta a Adão e Eva, o filósofo brasileiro explora como o entendimento humano sobre ética, moralidade e educação está relacionado a essa narrativa e, mais amplamente, à própria condição humana.

Em uma reflexão que toca em aspectos teológicos e práticos, Olavo discute a pretensão humana de determinar o bem e o mal como entidades autônomas, conectando isso ao processo de aprendizado e ao papel do educador no desenvolvimento moral das crianças e adultos.

O significado do bem e do mal no Gênesis

Olavo inicia abordando a passagem bíblica onde Deus proíbe Adão e Eva de comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, explicando que a intenção divina não era manter a humanidade na ignorância, mas alertar sobre a pretensão de estabelecer, de forma independente, o que é bom e mau.

Segundo Olavo, o conhecimento do bem e do mal é intrínseco ao ser humano, dado por Deus, mas não cabe ao homem atribuir valores morais arbitrários à realidade, como se ele pudesse recriar a ordem divina.

O filósofo destaca que, para Deus, o bem e o mal não são objetos externos, mas decisões que emanam da própria natureza humana. Esse contraste entre o conhecimento humano limitado e a sabedoria divina é central para compreender a moralidade em sua essência.

O senso inato de moralidade

Segundo Olavo, o ser humano já nasce com um senso básico de bem e mal, algo que se manifesta de forma instintiva, assim como a capacidade de falar ou andar. Ele exemplifica com estudos psicológicos que mostram bebês reagindo de forma ética a situações simples, como preferir “personagens” que ajudam ao invés de atrapalhar.

Entretanto, esse senso inato precisa ser incentivado e aprimorado por meio da educação e da experiência. O filósofo ressalta que a transmissão de conhecimento, incluindo valores morais, é um processo natural e essencial para a humanidade, algo que nos distingue de outras espécies.

O papel do educador na formação moral

Para Olavo, o papel do educador não é impor um conceito pessoal de bem e mal, mas criar um ambiente que permita o desenvolvimento saudável da consciência moral inata, alertando contra métodos coercitivos ou excessivamente dogmáticos, argumentando que o aprendizado ocorre, principalmente, pelo exemplo e pela vivência.

O filósofo afirma: “Se você quer que seu filho se torne uma boa pessoa, seja bom com ele.” A essência da educação se daria então na confiança e na simplicidade, não na imposição ou desconfiança constante.

A obsessão contemporânea por provas

Outro ponto abordado é o excesso de importância dado às provas e justificativas racionais em todas as áreas do conhecimento, e há uma critica a ideia de que tudo precisa ser demonstrado empiricamente, apontando que grande parte do que sabemos é baseado na experiência, confiança e intuição.

Olavo enfatiza que a busca pela prova absoluta pode levar a uma desconfiança paralisante e à crença de que seria necessário um “poder superior” para corrigir o ser humano constantemente, algo que ele considera inviável e contrário à liberdade individual.

A verdadeira essência do poder humano

Encerrando sua exposição, o filósofo reflete sobre o desejo humano de poder, e reconhece que o anseio por expandir as capacidades e potencialidades é natural, mas alerta contra a ambição desmedida de controlar o outro. Para ele, o verdadeiro poder está em realizar a natureza divina que existe em cada ser humano, respeitando seus limites e possibilidades.

Apesar de aparentemente complexo, este trecho conecta temas teológicos, filosóficos e práticos em uma abordagem coesa e acessível. Sua visão sobre o conhecimento do bem e do mal, fundamentada na narrativa bíblica, oferece insights valiosos tanto para a reflexão individual quanto para a prática educacional.

O trecho, ao mesmo tempo que dialoga com conceitos milenares, aborda questões contemporâneas sobre ética, educação e a natureza do poder humano, tornando-o uma exposição rica para quem busca compreender a complexidade do pensamento moral.


P.S.: este vídeo foi clipado pelo canal Daniel Mota da aula ministrada por Olavo datada de 15 de junho de 2010 e publicado originalmente em 19 de abril de 2023.

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