Jordan Peterson – Como as emoções afetam a percepção

Jordan Peterson debate como as emoções afetam a percepção, com base em descobertas da psicologia experimental e da neurociência, e analisa por que a inatividade nos destrói e como emoções positivas podem ser ativadas ao vivermos com propósito. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste fragmento legendado em PT-BR de uma palestra sobre o seu best-seller 12 Regras Para a Vida originalmente publicado 29 de março de 2021, o psicanalista clínico e acadêmico canadense D. Jordan B. Peterson debate como as emoções afetam a percepção.

Com base em descobertas da psicologia experimental e da neurociência, Peterson analisa por que a inatividade nos destrói e como emoções positivas podem ser ativadas ao vivermos com propósito.

Emoções, hierarquias e comportamento: conexões profundas e invisíveis

Uma ideia essencial para compreender o comportamento humano é a influência da posição que ocupamos na hierarquia social sobre o equilíbrio entre emoções positivas e negativas, o que seria uma descoberta fundamental da psicobiologia, em especial dos estudos com animais. Em outras palavras, há um vínculo direto entre o nosso “status” social e nossa saúde emocional.

A afirmação de Pterson é fundamentada por pesquisas que demonstram que temos dois sistemas emocionais distintos — um para emoções positivas e outro para negativas — e que esses sistemas são modulados de maneira independente. A posição hierárquica influencia fortemente essa balança, afetando nossa percepção do mundo e nossa disposição para agir.

A ideia do ser humano como sistema autônomo

Peterson menciona influências teóricas importantes, como as ideias de Jeffrey Gray e Norbert Wiener. Este último, pioneiro da cibernética no MIT, dedicou-se a entender como criar sistemas autônomos e autocorretivos, enquanto Gray uniu essa abordagem com a psicobiologia para propor uma visão integrada do ser humano como um sistema inteligente em constante correção e adaptação.

Com base nessa teoria, Peterson propõe que percebemos o mundo como uma narrativa — uma jornada com começo, meio e fim —, jornada que pode ser curta (dez minutos) ou abranger toda uma vida. O ponto-chave é que para viver de forma plena, é necessário haver continuidade e coerência entre esses diferentes “níveis” de jornada.

Viver com propósito: a ativação da emoção positiva

Segundo Peterson, somos seres de ação, a qual é essencial para a sobrevivência: sem agir, somos tomados por emoções negativas, desespero e até mesmo declínio físico e mental. A estagnação, portanto, é destrutiva. É por isso que a percepção precisa estar ligada a um propósito — um destino que justifique o movimento.

Essa lógica pode ser exemplificada com um mapa: conhecer o destino não basta, é preciso também saber onde se está. Sem esse ponto de partida, não há como planejar a jornada. Em termos emocionais, isso significa que não conseguimos ativar o sistema de emoção positiva se não tivermos clareza de onde estamos e para onde desejamos ir.

Sistema de valor: a bússola das emoções

Para que a jornada exista, é necessário um sistema de valores, que é o que nos faz julgar uma ação como mais importante do que outra e determina se certos caminhos valem a pena. Sem esse sistema, tudo se torna indiferente e não há motivo para se mover — e, portanto, não há emoção positiva.

Peterson argumenta que muitos ataques contemporâneos à ideia de hierarquia ignoram esse aspecto, a qual, nesse contexto, não é apenas uma estrutura social, mas também a estrutura interna que organiza nossa percepção, emoção e ação. Quando há clareza do que é mais valioso, conseguimos focar, agir e sentir emoções positivas.

Movimento, valor e integração como antídotos ao desespero

O pensamento de Peterson sobre esse assunto converge para uma ideia poderosa: viver bem depende de movimento significativo. Precisamos saber onde estamos, estabelecer objetivos que valham a pena e agir em direção a eles, uma dinâmica que ativa emoções positivas e cria uma narrativa coerente entre os vários aspectos da vida.

Mesmo diante das críticas às estruturas tradicionais, o canadense defende que hierarquias internas e externas são fundamentais para organizar a experiência humana. Em última análise, compreender como as emoções se vinculam à percepção é também entender como criamos sentido na vida.

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