Olavo de Carvalho – Como utilizar a memória humana de forma mais eficiente

Olavo de Carvalho faz uma análise profunda sobre o funcionamento da memória humana e como podemos utilizá-la de forma mais eficiente, destacando a diferença entre esta faculdade e a capacidade de armazenamento de dados de um computador, Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Na aula número 16 de seu Curso Online de Filosofia, o professor Olavo de Carvalho (1947-2022) faz uma análise profunda sobre o funcionamento da memória humana e como podemos utilizá-la de forma mais eficiente.

O filósofo brasileiro destaca a diferença entre a memória do ser humano e a capacidade de armazenamento de dados de um computador, criticando a visão reducionista de que esta faculdade humana funciona como um “depósito” de informações.

Para Olavo, a verdadeira utilização da memória está em sintonizar nossa mente com o mundo real, buscando conhecimento não apenas dentro de nossa cabeça, mas em toda a realidade ao nosso redor.

Memória: não um depósito, mas uma sintonia com o mundo

Olavo começa sua reflexão destacando um erro comum sobre a memória humana: a ideia de que ela funciona como um depósito, como se fosse um HD de um computador, onde informações podem ser armazenadas de maneira rígida e precisa, prontas para serem recuperadas quando necessário. No entanto, explica que a memória humana é muito mais fluida e interativa: ela não precisa guardar tudo, pois o conhecimento não está apenas em nossa cabeça — está espalhado pelo mundo.

Ao contrário de um computador, que precisa ter dados registrados em seu disco rígido para funcionar, o ser humano interage com uma memória externa, composta pela sociedade, livros, cultura e até mesmo pela natureza. A verdadeira memória humana não está isolada em nossa mente, mas se conecta com tudo o que nos rodeia. Por isso, o filósofo sugere que aprendamos a confiar mais nas fontes externas de informação, como bibliotecas, arquivos e até a memória coletiva da sociedade.

Como a memória funciona de fato

Olavo propõe que, em vez de tentar armazenar tudo na memória, devemos sintonizar nossa mente com o mundo à nossa volta, como uma rádio que capta sinais da realidade, uma abordagem que permitiria que o conhecimento venha até nós no momento em que precisamos dele, sem a ansiedade do esquecimento. É feita uma analogia com as bibliotecas: você pode esquecer o conteúdo de um livro, mas, se precisar dele, o livro estará lá, pronto para ser consultado.

O segredo, segundo Olavo, é não forçar a memória. Quando tentamos forçar um fato ou um nome a vir à nossa mente, nos bloqueamos e ficamos frustrados. Ao invés disso, devemos confiar que a informação virá no momento certo, seja através de um livro, de uma conversa ou de um insight repentino. Ele também conta sobre sua própria experiência, onde frequentemente encontra o que precisa em bibliotecas ou fontes externas, como se fosse uma espécie de memória divina.

A memória divina: uma metáfora de sabedoria

Em um dos momentos mais inspiradores desta sua exposição, Olavo utiliza a metáfora da memória de Deus para ilustrar como o conhecimento está disponível no “livro da vida”. Deus possui uma memória infinita, capaz de armazenar todo o conhecimento do universo. A nossa memória humana, embora limitada, pode se conectar a essa vasta fonte de sabedoria quando estamos abertos à realidade e dispostos a aprender.

Ele sugere que a chave para acessar esse “livro da vida” é manter a mente aberta e sintonizada com o mundo, sem tentar controlar ou dominar o conhecimento. Ao confiar no processo e no momento certo, as respostas virão naturalmente, desde que estejamos dispostos a aprender e a buscar de forma genuína.

A prática da paciência e confiança

Olavo também ressalta a importância de não se angustiar com o esquecimento ou a falta de memória imediata. Devemos confiar que, com o tempo, o conhecimento necessário virá, e faz uma comparação interessante com a internet, onde, mesmo sem recordar de todos os detalhes de algo, em poucos minutos conseguimos encontrar as respostas que buscamos.

Por fim, ele enfatiza a paciência e a confiança como atitudes essenciais para utilizar a memória de forma eficaz. Ao aprender a confiar na memória externa e na sabedoria do mundo ao nosso redor, podemos acessar o conhecimento de maneira mais natural e fluida.

P.S.: este corte preparado pelo canal Daniel Mota e publicado originalmente em 13 de junho de 2019. Já a aula é datada de 18 de julho de 2009.

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