Descrição
Neste trecho de alguma das aulas de seu Curso Online de Filosofia, o professor Olavo de Carvalho (1947-2022) aborda o que seria uma “doença brasileira”, ou melhor, um dos problemas mais profundos da cultura deste país: o esquecimento de suas grandes obras e intelectuais, uma hostilidade à alta cultura e à inteligência autônoma que impede o país de alcançar seu verdadeiro potencial.
Este quadro resulta no que o filósofo brasileiro chamou de uma “doença cultural” nacional.
A alta cultura e a inteligência autônoma
Olavo destaca que a verdadeira alta cultura é sustentada por algumas poucas inteligências autônomas, aquelas capazes de pensar e criar de forma independente., mentes criadoras acompanhadas por círculos de estudiosos que, embora não compartilhem o mesmo nível de genialidade, mantêm o legado intelectual vivo.
Entretanto, no Brasil, essa inteligência autônoma sempre foi hostilizada, problema que não está na perseguição pessoal que esses indivíduos sofrem, mas na rejeição sistêmica às suas ideias. Isso cria um ambiente onde as descobertas e obras dessas figuras não conseguem exercer o papel transformador que poderiam ter na sociedade.
O esquecimento e a usurpação
Olavo compara o tratamento dado aos grandes intelectuais brasileiros com o de outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, embora o país careça de figuras como Mário Ferreira dos Santos ou Gilberto Freyre, a alta cultura é respeitada e valorizada. As obras e ideias irradiam para a intelectualidade e, dela, para o povo, criando um ciclo de progresso cultural.
No Brasil, entretanto, grandes intelectuais são frequentemente ignorados, soterrados sob camadas de silêncio, desdém e hostilidade invejosa. Olavo afirma que, em vez de reconhecimento, o país oferece a esses gênios o esquecimento e, muitas vezes, a apropriação de suas ideias de forma distorcida e caricatural.
A dimensão universal versus o provincianismo
Para Olavo, um dos grandes problemas da cultura brasileira é o provincianismo, que se manifesta na incapacidade de transcender os limites da própria cultura local, defendendo que a verdadeira educação superior deve abrir um diálogo com as grandes inteligências de todas as épocas e culturas, proporcionando uma visão universal da condição humana.
Essa falta de abertura cultural é evidente, segundo ele, na atitude de muitos formados em universidades brasileiras, que frequentemente acreditam que seu curso representa o ápice do conhecimento humano. Olavo contrasta essa mentalidade com a dos especialistas americanos, que reconhecem as limitações de suas áreas e buscam colaboração interdisciplinar para uma visão mais abrangente.
O caminho para a cura cultural
Olavo sugere que o Brasil só sairá dessa “corrida de ratos” imposta pela mediocridade intelectual quando suas grandes obras e ideias forem aceitas e valorizadas como patrimônio nacional, enquanto enfatiza que o progresso econômico e político depende diretamente do progresso moral e cultural.
Grandes obras, como as de Mário Ferreira dos Santos e Gilberto Freyre, precisam ser reconhecidas e incorporadas ao tecido intelectual do país para que possam irradiar seu impacto positivo em toda a sociedade. Sem isso, o Brasil continuará preso a um ciclo de mediocridade e desperdício de seu potencial criativo.
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- Duração: 13:44
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- Categorias: Curtos
- Canal: Olavo de Carvalho
- Marcador(es): Cultura, Filosofia, Mário Ferreira dos Santos, Olavo de Carvalho
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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