Olavo de Carvalho – Mentalidade de caixeiro de loja inglês

Olavo de Carvalho argumenta que essência da maldade moderna, encarnada no estado moderno, encontra-se no pensamento de Thomas Hobbes, comparando-o com a mentalidade de um caixeiro de loja inglês. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo, trecho da sua aula de número 565 do seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho (1947-2022) fala sobre a essência da maldade moderna, a qual ele identifica no pensamento de Thomas Hobbes, criticando-o e comparando-o com a mentalidade pragmática e limitada de um caixeiro de loja inglês.

O filósofo brasileiro argumenta que a obra de Hobbes, ao negar a natureza social do homem, teve como consequência o advento do estado moderno, a organização disparadamente mais violenta e assassina de todos os tempos. A seguir, temmos uma tentativa nossa de analisar e resumir os pontos principais desta exposição.

Thomas Hobbes e a negação da natureza social do homem

Olavo inicia a crítica apontando que, para Hobbes, o ser humano não possui uma inclinação natural para a vida em sociedade e seria uma criatura intrinsecamente egoísta e violenta, que precisa de uma autoridade superior – o estado (claaaaaro…) – para controlar esses impulsos e evitar o caos. Essa visão, entretanto ignora completamente o fato de que as pessoas convivem em sociedade por natureza e não como uma necessidade imposta por um contrato artificial.

“Se o homem não fosse naturalmente sociável, ele não sobreviveria. A ideia de Hobbes é incompatível com a realidade de que os seres humanos sempre formaram comunidades e desenvolveram laços.”

A crítica de Olavo ressalta que a visão de Hobbes é limitada e anti-histórica, já que ignora a presença de comunidades humanas organizadas muito antes da ideia de um contrato social ou da necessidade de um estado. A abordagem hobbesiana, então, seria superficial e demonstra uma visão simplista e materialista da natureza humana.

A “mentalidade de caixeiro de loja”

Olavo compara a visão de Hobbes à de um “caixeiro de loja inglês,” uma expressão que usa para descrever uma mentalidade estreita e pragmática, que enxerga o mundo apenas pelo viés utilitário e comercial. Esta visão naturalmente reduz a complexidade da experiência humana ao interesse individual e imediato, ignorando os aspectos mais elevados e transcendentes da vida.

  • Pragmatismo limitado: ao comparar o pensamento de Hobbes ao tal caixeiro, Olavo destaca o que vê como uma falha de caráter no pensamento moderno: a incapacidade de compreender a grandeza humana e suas aspirações espirituais.
  • Redução da existência: segundo Olavo, Hobbes simplifica a existência humana, excluindo qualquer dimensão espiritual e vendo o homem apenas como algo a ser controlado.

Essa mentalidade, então levaria ao surgimento de um estado tirânico e materialista, cujo único objetivo é manter o controle absoluto sobre a população, desconsiderando os valores morais e éticos.

O estado moderno como fruto do pensamento hobbesiano

Para Olavo, a visão negativa da natureza humana em Hobbes foi fundamental para a criação do estado moderno, entidade profundamente violenta e manipuladora concebida para controlar a suposta brutalidade do homem que se tornou uma das instituições mais destrutivas e sanguinárias de todos os tempos.

“O estado moderno, na tentativa de controlar a natureza humana, se transforma no maior agente de violência e destruição que a história já conheceu.”

Olavo critica a ironia de Hobbes ao propor que, para controlar a violência, o homem precisaria submeter-se a uma entidade ainda mais poderosa e potencialmente perigosa, algo que ilegitimamente se arroga a capacidade de decidir o que é moral, impondo suas próprias leis e expandindo seu domínio de maneira cada vez mais invasiva, abusiva e acintosa.

A supressão da moralidade e a manipulação social

Olavo destaca que, ao colocar o estado como o árbitro absoluto da conduta humana, o pensamento hobbesiano contribui para uma sociedade onde a moralidade e a autonomia são suprimidas. Trata-se de uma ignorância de fontes de moralidade e virtude, como a família, a tradição e a religião, deixando o indivíduo à mercê de uma moralidade estatal.

Segundo Olavo, essa visão é extremamente perigosa, pois desumaniza o indivíduo ao privá-lo de suas fontes tradicionais de valores. O estado se torna, então, uma entidade que não só legisla, mas que molda a própria noção de certo e errado, criando uma sociedade conformista e fácil de manipular.

Uma visão crítica sobre o legado de Hobbes

Olavo de Carvalho oferece uma crítica incisiva ao pensamento de Thomas Hobbes, argumentando que sua visão limitada da natureza humana e a criação do estado moderno estão na raiz de muitos dos problemas contemporâneos. Ao descrever Hobbes como alguém com uma “mentalidade de caixeiro de loja inglês”, faz uma denúncia a uma perspectiva de mundo que reduz o ser humano a um autômato controlado pelo estado, ignorando suas dimensões morais e espirituais.

Esse trecho questiona a validade do tal contrato social e o papel do estado na vida humana, alertando para os perigos de uma sociedade que submete o indivíduo a uma autoridade absoluta e desprovida de valores transcendentes (somente os valores dos drogados e pervertidos sexuais que fazem parte desta quadrilha).


P.S.: a aula 565 do COF foi ministrada originalmente no dia 22 de maio de 2021. Já este trecho foi apressado pelo canal Daniel Mota e publicado em 31 de maio de 2021.

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