Descrição
Nesta A Resposta Católica, o Padre Paulo Ricardo explica por que foi necessária a morte de Cristo, discorrendo sobre o sentido da expiação dos pecados no Antigo Testamento e como o Sacrifício de Nosso Senhor na Cruz é caminho de salvação.
É comum ouvirmos dizer que “Cristo morreu na cruz por nós”. Mas o que essa expressão significa? Como funcionou, na prática, a redenção dos pecados da humanidade através da crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo?
É este o tema deste vídeo, que parte de uma pergunta enviada por um contribuinte do canal, que questiona o “mecanismo” por trás do sacrifício redentor de Cristo e sua conexão com os sacrifícios do Antigo Testamento.
A expiação no Antigo Testamento
Padre Paulo inicia explicando o sistema de sacrifícios no Antigo Testamento, onde animais, como touros e carneiros, eram oferecidos para expiar os pecados do povo. Esses sacrifícios estavam ligados à Aliança entre Deus e o povo de Israel, que exigia a fidelidade do povo à Lei de Deus. Quando o povo pecava, violando a Lei, tornava-se necessário realizar expiações através de sacrifícios, sendo o mais solene o do Yom Kipur, ou Dia da Expiação.
No Yom Kipur, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do Templo, e aspergia o sangue dos animais no propiciatório, a tampa da Arca da Aliança, onde Deus estava presente. Esse ato simbolizava a tentativa de purificação dos pecados, mostrando que o povo reconhecia sua merecida condenação à morte por causa da infidelidade à aliança com Deus.
A insuficiência dos sacrifícios antigos
Contudo, o sacerdote enfatiza que os profetas já apontavam para a insuficiência desses sacrifícios animais. Como diz o autor da Carta aos Hebreus, “o sangue de touros e carneiros não pode verdadeiramente redimir os pecados”. Esse sistema de sacrifícios repetitivos não era suficiente para trazer uma redenção definitiva. O que Deus verdadeiramente desejava era um coração obediente, como afirmam as Escrituras: “Misericórdia quero, e não sacrifício”.
Com base nos ensinamentos do profeta Ezequiel, o Padre Paulo explica que Deus prometeu um coração novo para Seu povo, um coração que seria capaz de obedecer plenamente à Lei e cumprir a aliança de maneira perfeita. Isso, contudo, só seria possível através de Jesus Cristo.
Cristo: o Sacrifício Perfeito e Definitivo
A vinda de Jesus Cristo marca o cumprimento dessa promessa. O Coração de Cristo é o coração novo prometido por Deus, que realiza a Lei em sua plenitude. Na crucificação, Jesus, o Cordeiro Imaculado, oferece a si mesmo como o sacrifício perfeito. Sua morte na cruz não é apenas um rito simbólico, como os sacrifícios do Antigo Testamento, mas é uma verdadeira expiação dos pecados da humanidade.
Padre Paulo detalha que, no sacrifício de Cristo, ocorre algo inédito e extraordinário: a pureza de Jesus não é contaminada pelo pecado, como ocorreria em situações normais onde o impuro contamina o puro. Pelo contrário, a pureza divina de Cristo purifica os pecados da humanidade. Assim, o mecanismo da nossa redenção está na troca que ocorre na Cruz: a miséria humana toca a santidade divina e é purificada.
Jesus: O Novo Propiciatório
Padre Paulo destaca que, enquanto a Arca da Aliança e seu propiciatório físico desapareceram antes da época de Cristo, Jesus se torna o novo propiciatório. São Paulo, na Carta aos Romanos (3, 25), descreve Jesus como “instrumento de propiciação pelo seu sangue”. Ou seja, Jesus é o lugar onde ocorre o encontro definitivo entre a justiça divina e a misericórdia, e Seu sangue derramado na Cruz realiza de forma plena aquilo que o sangue dos animais nunca pôde fazer.
Na cruz, o puro e imaculado Jesus Cristo toma sobre si os pecados do mundo de forma real e definitiva. Ele não age apenas como um símbolo, mas como o verdadeiro sacrifício expiatório que nos liberta do pecado.
Conclusão
A morte de Cristo na cruz foi absolutamente necessária para a redenção da humanidade, pois só Ele, o Filho de Deus, poderia cumprir a Lei e oferecer um sacrifício perfeito. Como diz o Catecismo da Igreja Católica (§433), Jesus é o novo propiciatório, onde o sangue da vítima toca a santidade divina e purifica a humanidade.
A Crucificação é, portanto, o ponto culminante da história da salvação, onde o puro toma sobre si a impureza do mundo, vencendo o pecado e nos reconciliando com Deus. O Sacrifício de Cristo não foi apenas mais um rito religioso, mas o evento central que trouxe a salvação definitiva a todos os homens.
Atenção: este texto é apenas um resumo do conteúdo do vídeo. É indispensável assisti-lo para compreender a meditação de uma maneira mais plena.
Este A Resposta Católica foi publicado originalmente em 26 de abril de 2011, mas serve pra qualquer dia de qualquer ano, especialmente na Sexta-Feira da Paixão, para ajudar-nos a meditar sobre este grande mistério da Fé.
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Mais informações
- Duração: 14:05
- Visualizações: 44
- Categorias: Curtos
- Canal: Padre Paulo Ricardo
- Marcador(es): Cristianismo, Igreja Católica, Jesus Cristo, Padre Paulo Ricardo, Semana Santa, Sexta-Feira da Paixão
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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